sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

MUSICOTERAPIA NA GRAVIDEZ


                                                              Fabiane Rúbia Coimbra Vilarinho-                                                                               Psicóloga e Pós-Graduanda Musicoterapia UFPI-2014
rESUMO 
O presente artigo fala dos vários conceitos da musicoterapia, o seu objetivo, os benefícios que a mesma trás a sociedade e no caso especifico o período de gravidez da mulher, avaliando a relação e comunicação mamãe-bebê, relação do casal, a harmonia necessária para vivenciar o antes, durante e pós nascimento da criança.
Palavra chave: musicoterapia, comunicação, gravidez.

Music Therapy in Pregnancy

ABSTRACT
This article discusses the various concepts of music therapy, your goal, the benefits the same back to society and in the specific case the period of the woman's pregnancy, evaluating the relationship and communication mother-infant relationship of the couple, the harmony necessary for the experience before, during and after child birth.
Keyword: music therapy, communication, pregnancy.

A idéia desse artigo surgiu na pós graduação em musicoterapia quando me foi solicitado a fazer um artigo com os assuntos abordados durante o período, porem tive que demonstrar o meu contentamento ao abordar o tema da gravidez, por achar fantástica essa relação mamãe bebe agregando assim à musicoterapia, sons, equilíbrio emocional, enfim de todo momento especial que é a gravidez e principalmente a importância da musicoterapia nesse processo.


Introdução
Definições da musicoterapia
MUSICOTERAPIA é a utilização de sons organizados e da música em uma relação envolvente entre cliente e terapeuta para apoiar e encorajar o bem-estar emocional, social, físico e mental  É um processo sistemático de intervenção em que o terapeuta ajuda o cliente a promover a saúde utilizando experiências musicais e as relações que se desenvolvem através delas como forças dinâmicas de mudança.” (Bruscia).Em seu livro Definindo Musicoterapia, Bruscia discorre sobre a Musicoterapia
“Como arte e ciência praticadas num processo interpessoal. Como uma arte ela diz respeito à subjetividade, individualidade, criatividade e beleza. Como uma ciência ela se relaciona com objetividade, universalidade, reprodução e verdade. Como processo interpessoal, ela se relaciona com empatia, intimidade, comunicação, influência recíproca e papéis na relação.”

Segundo Filho et al. (2001), a Musicoterapia pode ser definida como uma terapia auto-expressiva, que estimula o potencial criativo e a ampliação da capacidade comunicativa, mobilizando aspectos biológicos, psicológicos e culturais.
O campo da saúde que estuda o complexo som-ser humano-som, para utilizar o movimento, o som e a música, com o objetivo de abrir canais de comunicação no ser humano, para produzir efeitos terapêuticos, psicoprofiláticos e de reabilitação dele e na sociedade (BENENZON, 1988).
O objetivo da Musicoterapia, no campo da saúde  é contribuir para o desenvolvimento do ser humano como totalidade indivisível e única. A pessoa humana não é corpo e mente ou corpo mais mente, nem psique e soma ou psique e alma, nem matéria e espírito; é um todo; e a Musicoterapia utiliza elementos abstratos que não se vêem e que apenas se percebem com o transcorrer do tempo, é a técnica que mais se dirige à totalidade do indivíduo FILHO, M. A. L et al. É preciso cantar: musicoterapia, cantos e canções. Rio de Janeiro: Enelivros, 2001. (BENENZON, 1988).
De acordo com a definição da World Federation of Music Therapy, Musicoterapia é um processo estruturado para facilitar e promover a comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, social e cognitiva), para desenvolver potenciais ou recuperar funções do indivíduo de forma que ele possa alcançar melhor integração intra e interpessoal e conseqüentemente uma melhor qualidade de vida. (Backes, 2003, p.39)
Segundo SALAZAR, 1993,Os principais benefícios da aplicação da Biomúsica sao:
• Torna mais lenta e profunda a respiração;
• Previne enfermidades cardíacas;
• Combate o nervosismo;
• Combate à insônia ao relaxar o tórax e ombros;
• Combate às cefaleias ao relaxar o pescoço;
• Aumenta a resistência às excitações sensoriais;
• Previne a neurose;
• Previne enfermidades psicossomáticas;
• Combate o Stress;
• Permite o domínio das forças afetivas;
• Auxilia no bom funcionamento da fisiologia”.

DESENVOLVIMENTO
A gravidez é um momento muito especial na vida da mulher ou do casal que por sua vez é acompanhada por grandes mudanças físicas, hormonais, emocionais e relacionais que merecem atenção diferenciada, mudanças essas que afeta não só  a mãe mas o próprio casal, rotina, cuidados, atenção e etc.
 Um momento decisivo que pode também gerar insegurança, ansiedade, medo, tristeza, depressão ou rejeição. Por isso que diversas áreas da saúde trabalham para o desenvolvimento da qualidade de vida da gestante, do bem estar do bebê e da harmonia do casal, é importantíssimo que desde o início da gestação haja uma boa comunicação e bom vínculo entre a criança e os pais e a musicoterapia tem como objetivo abrir esse canal de comunicação entre os pais e o bebe
A criança ainda no ventre da mãe pode perceber todos os sons internos do corpo da mãe, todos os sons do ambiente onde a mãe vive e convive e é capaz de perceber todas as sensações, desejos e emoções que a mãe sente. Tais percepções estão intimamente ligadas ao início da formação da identidade e personalidade do bebê, por isso que os pais precisam estar em completa harmonia, num ambiente saudável, sem stress, brigas, pra poder vivenciar esse momento da forma mais saudável possível.
A musicoterapia vem, através de sons, músicas e movimentos corporais, a mãe (e o pai, quando for o caso) pra fortalecer os vínculos afetivos visando gravidez, parto e pós-parto mais tranqüilos e saudáveis.
Benenzon (1988) afirma que é preciso saber quais os objetivos pretendidos com a utilização do som. Durante a gravidez, parto e primeiros anos de vida é um exemplo de que a utilização de técnicas de Musicoterapia pode prevenir posteriores alterações emocionais e de conduta. A reabilitação, recuperação e tratamento são outros objetivos.
Com isso torna-se bastante perceptível as alterações de ânimo após a música, tanto dos pacientes, pois os casais cantam, se emocionam, refletem sobre o futuro da vida em família, experimentam alegria, tranqüilidade, paz, que os fazem, mesmo que momentaneamente, se esquecerem das dificuldades vivenciadas no dia a dia ou durante a gravidez  através de sons, musica, canto, e ate mesmo tocando algum instrumento especifico para cada caso.
Os benefícios da pratica musicoterapica na gravidez é exatamente : Combate problemas como stress e ansiedade; Melhora o humor; Enriquece o desenvolvimento físico, emocional e intelectual do bebê; Reforça a relação da mãe e do bebê. As canções de Mozart, especialmente, são as mais recomendadas.

 Hoje os estudos da medicina moderna comprovam que quando a mãe ouve muito uma música durante a gestação, o bebê pode reconhecê-la depois. Há vários casos relatados de mães que afirmaram que quando seus filhos estavam agitados colocavam para eles a música que elas ouviam quando estavam grávidas e o bebê se acalmava parava de chorar e os batimentos cardíacos e respiração alterados  diminuíam. Em outros casos os bebês se agitavam ao ouvir tal música. Isto comprova que o bebê se lembra da música que ouvia quando era apenas um feto. BENENZON (1985)
Foi relatado o caso de uma mãe, com intensa angústia e ansiedade, que durante seus últimos meses de gravidez, acalmava-se com a audição de Madame Butterfly. Ao nascer seu filho, comprovou-se que a audição de Madame Buterfly era o único  estímulo que acalmava seu pranto.” Um dos fundamentos da Musicoterapia é esta relação  do homem com o som, desde a vida intra- uterina. E esta relação com o universo sonoro não-verbal (intra - uterina)  será de extrema importância para contextos terapêuticos posteriores.
         Muitas gestantes estão procurando a Musicoterapia para desenvolverem uma gravidez mais tranqüila, sem stress e já, para começarem uma comunicação com seus bebês. O importante para todas as mães é que percebam a importância do som e da música para os filhos, por isso é que devem conversar cantar, fazer carinho, mas não só quando está dentro da barriga e, sim, a vida toda.

CONCLUSÃO

            A musicoterapia existe e tem um futuro promissor, para que muitos profissionais, das mais diversas áreas, possam usufruir dos efeitos benéficos que a música oferece aos pacientes. A música é uma necessidade humana e o efeito que a mesma nos causa, sua estimulação física, psíquica e espiritual.
Conforme a qualidade, intensidade, ritmo e freqüência dos estímulos sonoros, a música tanto pode induzir efeitos positivos e negativos no ser humano. Sabemos que possui uma força poderosa, capaz de alterar a nossa percepção e cognição. Na infância incute efeitos duradouros no desenvolvimento psicológico, que se repercutem claramente na criança, no adolescente e, mais tarde, no adulto. Sabemos também do relaxamento que nos causa. E que músicas com um ritmo muito forte, ainda que sejam estimulantes, podem ter efeitos que dificultam a concentração ou descontração.
            O ser humano precisa sentir-se ligado a si, a algo e a alguém, ser apreciado, estabelecer laços afetivos, comunicar e partilhar o que pensa e sente. A música pode ajudá-lo a refletir, sonhar, vivenciar, imaginar ou exprimir o que sente, ainda que através da peça musical que ouve ou pelas palavras de outrem. Dada a sua forte associação com as emoções (como a euforia, a melancolia, a alegria ou a tristeza), a música pode também influenciar o comportamento, o funcionamento corporal e o estado psicológico ou emocional do homem, servindo de via, refúgio ou suporte emocional, até nos períodos de isolamento ou incompreensão, ou funcionando como espelho de pensamentos, símbolos e sentimentos.
A musica ajuda na diminuição de distúrbios psicológicos ao combate a depressão na gravidez, no processo pós operatório, na diminuição do estresse,  transtornos de humor e a hipersensibilidade perante a gravidez, a abrir canais de comunicação entre o casal e o bebe, propiciando uma melhor qualidade de vida e a previnir outras doenças e ate mesmo o enfrentamento de algum problema.


BIBLIOGRAFIA

  BRUSCIA, Kenneth E. Definindo Musicoterapia. ENELIVROS, 2006. Rio de Janeiro, 2000.
  BACKES, D.S. et al. Música: terapia complementar no processo de humanização de uma CTI. Revista Nursing, v.66, n.6, p.37-42, 2003.
  SALAZAR, Fernando Bañol. Biomúsica. , São Paulo:Cone, 1993.
  FILHO, M. A. L et al. É preciso cantar: musicoterapia, cantos e canções. Rio de Janeiro: Enelivros, 2001.
  BENENZON, R. O. Manual de Musicoterapia. Rio de Janeiro: Enelivros, 1985